Crítica: Dívida de Honra

Feminismo em 1854

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Ambientado em 1854, Divida de Honra (The Homesman, 2014) mostra a força de uma mulher sozinha no Velho Oeste, e as dificuldades de ser do sexo feminino nessa época.

Roteirizado, dirigido e protagonizado por Tommy Lee Jones, ao lado da maravilhosa Hilary Swank , o longa nos apresenta a vida de Mary Bee Cuddy (Hilary Swank, Menina de Ouro), uma mulher forte e decidida que sofre dificuldades em arranjar um marido por conta exatamente dessas características. Hilary aceita a missão de resgatar três mulheres loucas, que precisam de cuidados especiais que estão além da capacidade de seus maridos, e trazer para sua atual cidade, Iowa, onde serão tratadas. No início de seu percurso Mary salva a vida de Georges Briggs (Tommy Lee Jones, da franquia MIB- Homens de Preto), um vagabundo que estava sendo enforcado. Como é um trabalho complicado para uma mulher, ela decide unir forças para enfrentarem juntos a dureza e os perigos que rondam as vastas extensões da fronteira americana.

Tommy Lee Jones na direção e roteiro é uma novidade pra mim. Dirigir e atuar em um filme nunca é fácil e nesse quesito Jones conseguiu se sair bem. Já no roteiro, nem tudo foi flores. Baseado no romance “Dívida de Honra”, de Glendon Swarthout, publicado em 1988, lançado agora no Brasil, pela editora Planeta, Jones, Kieran Fitzgerald e Wesley A. Oliver deixaram um pouco a desejar. Ficaram alguns buracos no enredo, que poderiam ser melhor explicados. As cenas de um marido abusivo são jogadas no ar, sem nenhum seguimento na história, nos deixando a desejar mais explicação e um desfecho. As mulheres loucas existem apenas como motivo para a longa viagem, que é onde se passa 90& do longa, o que acaba deixando um pouco arrastado o desenvolvimento do mesmo. Talvez explicar um pouco mais sobre a causa da loucura ou até mesmo da vida de Briggs deixaria o longa menos arrastado.

The Homesman
Dívida de Honra | Imagem: Califórnia Filmes

O grande foco da história é a coragem de Cuddy, em se lançar em uma viagem para ajudar as mulheres completamente sozinha, depois confiando em um total desconhecido, do qual não conseguiria terminar a missão sem. Fica bem claro durante todo o filme que Cuddy sempre se virou sozinha, cuidando de sua casa, animais, plantações sem necessitar de um homem para os trabalhos pesados.

Tommy Lee Jones Divida de Honra
Dívida de Honra | Imagem: Califórnia Filmes

Jones e Swank mantém uma sintonia maravilhosa durante todo o caminho. Os dois atores inclusive se elogiaram bastante.“É maravilhoso trabalhar com Hilary Swank; ela está sempre pronta, sempre feliz e muito criativa. Ela leu o roteiro rapidamente e entendeu. Ela está sempre pronta, todo dia, toda manhã. É uma alegria conhecer Hilary Swank, e uma alegria maior ainda trabalhar com ela.” Comentou Jones.  A atriz também comentou sobre a parceria com o diretor/ator: “Não acho que exista uma palavra que possa fazer justiça aos meus sentimentos por Tommy Lee Jones como diretor, ator, roteirista e como pessoa. Ele tem um jeito fantástico de se dirigir a cada membro da equipe e aos atores para que eles possam evocar e trazer à história exatamente o que ele espera. Isso não para de me impressionar. Tenho certeza que suas décadas de atuação o tornaram o diretor brilhante que ele é, sem falar em seu olhar, sua visão e escrita. O roteiro estava impecável. Eu tenho um respeito enorme por ele.

Veja a ficha técnica e elenco completo de Dívida de Honra

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